terça-feira, agosto 29

miooo



eu sei que o tema se torna um pouco repetitivo, mas eles são a minha verdadeira realidade...
tambem era só para mostrar a coleira nova. tem um peixinho para pôr o nome.
gira, né?!!!!!!!!!!

sexta-feira, agosto 25

ele ha dias....



em que se acorda e a vida recomeçou outra vez. desta vez com calma, devagar, muito respeito.
a felicidade é intensa mas servida em doses mínimas, nunca se sabe se não vai dar pro torto.
e lá vem o tal ditado: gata escaldada do lobo-mau tem medo!
e logo hoje que acordei de capuchinho vermelho.
e os meus meninos, continuam a esgatafunhar-se. ai a paciência!! mas tambem tem momentos destes. saem a mãe, a comida vem sempre em primeiro lugar...

quinta-feira, agosto 10

trabalho novo



deu trabalho, muito desperdício, muita patada de gato e a casa cheia de farinha, mais umas quantas TS que só servem para trabalhar no campo, mas estas ficaram lindas!!! quem for a Paredes de Coura é favor passar pelo Capitão Gancho e compra-las...

quinta-feira, agosto 3

alguem sabe aparar os dentes ao gato???


querem saber o que são kilo e meio de gato? é muita dentada e arranhadelas até mais não!

quarta-feira, agosto 2

saiu no Publico. hoje. porque sim!

Maria João Pires
Fernando Mora Ramos

Nada que não esperasse. E apesar disso a surpresa. E a tristeza. Belgais lá regressará à sombra, talvez definitiva. Os séculos vão engoli-lade novo, nessa sorte que nos calha de vocação regressiva e arcaísmo de horizonte.
Já quando tive a notícia do enfarte temi pela Maria João e por Belgais. Não é vulgar que uma instrumentista como ela tenha tido um amor assim, o amor do direito que alguns que são ultraperiféricos acedam ao conhecimento musical como linguagem. Sabemos como as artes, a exercerem-se, são não só formas vitais de vida, como outro olhar. Um olhar que ao burocrata, e ao político, é estranho. Ao político pequeno, o que abunda. Onde está o outro?
Quem faz música, quem lê música, quem compõe, quem executa o escrito por outros, génios por vezes, tem em vida a revelação de algo que é próprio do humano e que alguns chamaram de beleza em si. É isso que a criatura traz consigo ao mundo como ser inteligente e sensível. As crianças de Belgais e arredores tinham uma nova escola, uma escola em que o ABC servia tudo menos um destino rasteiro, mais ou menos engrenado nas regras de subordinação determinantes em que uns nascem mais do que outros. O mundo é estruturalmente injusto e essa injustiça é uma canga que se carrega uma vida inteira, por vezes sempre alimentando a ilusão de um mundo liberto por vir. A morte é a única realidade democrática. Os partidos são a trampa que são e as sociedades perfeitas deram o que deram. Mas mesmo na morte uns têm mais mordomias que outros.
Em Belgais havia uma nova estrela e uma estrela com um brilho estranho, o brilho do interior deprimido, das extensões solitárias, do odor a esteva, dos rebanhos e oliveiras. Esse brilho não chegava a Lisboa. Mesmoa Maria João pelos palcos do mundo espalhando o seu génio não chegou a Lisboa. Um projecto artístico e de formação artística único no país e da autoria de uma pianista excepcional emigra, segundo pudemos ver em directo. Porque só se é notícia pela negativa. Aos senhores dos ministérios, aos ministros, nada disto interessa. Sim, o que é que lhes interessa que existam uns filhos de ninguém a aprender música lá para Belgais? Não são os filhos deles. Esses andam em colégios religiosos, principalmente os filhos dos ateus - a escola pública está pelas ruas da amargura -, onde tudo aprendem dos negócios e da diplomacia, mesmo da distância de classe - a maior parte dos ministros ascendidos de classe destes governos sonha apenas com a casa de campo, com a bolsa, a especulação imobiliária e a reforma dourada num conselho de administração qualquer, mesmo os mais insuspeitos. Não vimos nós um dono de uma casa por onde Garrett passou nem abrir a boca a propósito da sua perspectivada demolição? Voltámos a um regime elitário mas sem nobreza nenhuma. Uma elite de burgessos e "parvenus", eis os socioliberais deserviço.
"Assim que bafejais ainda me cheirais a nabos"... Agora são estes que mandam, apagando a própria origem com frenesim militante. O presente é tudo, e o SPA, o banho turco. Da velha casa uma vaga memória. Os pais? Metidos em uns retratos com molduras douradas pós-modernas.
É mais do que triste, é deprimente, a Maria João está na Baía e em Belgais já não se canta em coro. Sabem ao que tudo se resume? A uma simples conta: os miseráveis apoios públicos concedidos voltam aos cofres do Estado.Para a dívida pública sossegar, essa puta faminta e insaciável, amante sustentada do poder. O ministro, calando-se o piano da Maria João, esfrega as mãos com um secreto gozo de percentuais elucubrações. Que o Senhor não lhes perdoe!